
Nos bastidores de Brasília, a movimentação no Senado é intensa para impedir que Jorge Messias, atual Advogado-Geral da União e homem de confiança de Lula, seja indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Parlamentares de diferentes partidos já articulam uma reação forte à possível nomeação, vista como mais um passo no projeto petista de aparelhamento do Judiciário.
Messias é lembrado por sua atuação nos bastidores do governo Dilma Rousseff, quando ganhou fama nacional após ser citado por ela em uma conversa telefônica — o episódio do famoso “manda o Bessias levar o papel”, que ficou marcado na história como símbolo da interferência política nas instituições. Para muitos senadores, essa gravação será arma estratégica para constranger o indicado e expor sua falta de isenção.
A ideia dos parlamentares contrários à nomeação é resgatar o episódio na sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e explorar a ligação direta de Messias com o núcleo político do PT, minando sua credibilidade perante o plenário. O plano inclui campanhas coordenadas nas redes sociais, relembrando sua submissão a Dilma e a Lula, e a incapacidade de representar um tribunal que deveria ser técnico, e não partidário.
Para ser aprovado, o indicado precisa de ao menos 41 votos favoráveis no Senado, número que aliados de Messias acreditam ter, mas que pode mudar rapidamente diante da pressão popular e do desgaste da imagem petista. O clima é de guerra política: o Senado se apresenta como última barreira entre a tentativa de Lula de dominar de vez o STF e a resistência de quem ainda defende independência entre os poderes.
O episódio mostra que a lembrança do “Bessias” continua viva — e pode agora voltar como fantasma para assombrar o governo. O que era símbolo de submissão política no passado, hoje se transforma em empecilho real para a expansão da influência de Lula sobre o Supremo.