
A plataforma Rumble e a Trump Media entraram com uma petição judicial nos Estados Unidos nesta segunda-feira (14), denunciando mais uma medida autoritária do ministro Alexandre de Moraes, que teria ordenado o bloqueio da conta de Rodrigo Constantino — comentarista conservador e cidadão norte-americano — sem qualquer notificação formal às autoridades americanas. O caso reacende o debate sobre o abuso de poder do Judiciário brasileiro e aprofunda a crise diplomática com o governo Trump.
Segundo os advogados da Trump Media, a ordem de Moraes viola diretamente a soberania dos Estados Unidos, ao exigir dados de um cidadão americano por manifestações políticas feitas dentro do território americano. A petição destaca que a conta de Constantino já estava inativa e inacessível no Brasil desde 2023, o que torna a medida ainda mais absurda e inócua. A tentativa de impor censura fora do país sem base jurídica acende o alerta em Washington.
O documento afirma que as medidas impostas a Constantino, incluindo suspensão de redes, congelamento de bens e invalidação de passaporte, foram motivadas por perseguição ideológica. E agora, ao atingir diretamente uma plataforma sediada nos EUA, Moraes rompe os limites do aceitável. O advogado da Rumble classificou a decisão como “uma escalada irresponsável” e alertou para os impactos diplomáticos com os EUA.
A petição ainda vincula a ordem de Moraes ao tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump contra o Brasil. Segundo a Trump Media, a carta enviada por Trump a Lula no início do mês alertava sobre “práticas judiciais inaceitáveis” que violam a liberdade de expressão e ameaçam empresas americanas. Dois dias depois, Moraes expediu a nova ordem, agravando ainda mais a crise entre os dois países.
O Itamaraty ainda não se pronunciou oficialmente, mas interlocutores da diplomacia brasileira confirmaram à CNN que o episódio compromete qualquer tentativa de Lula negociar a suspensão das tarifas com os EUA. Trump teria deixado claro que não conversará com um governo que, segundo ele, “persegue cidadãos americanos por expressarem suas opiniões”.