
Durante o julgamento do chamado “núcleo 2” da suposta tentativa de golpe de 2022, o advogado Sebastião Coelho desafiou o Supremo Tribunal Federal ao fazer a pergunta que ecoou em todo o país: “Onde está a tal minuta do golpe nos autos do processo?”. A reação do ministro Alexandre de Moraes foi sintomática. Sem apresentar provas, apenas pediu para que o advogado aguardasse. O constrangimento foi visível.
A sessão revelou mais uma vez como o STF tem operado nos últimos anos: mais preocupado em defender uma narrativa do que em garantir justiça com base em provas. O questionamento de Coelho foi objetivo e legítimo, mas recebeu um tratamento hostil. Questionar virou ofensa, e qualquer tentativa de exigir clareza é tratada como tentativa de “obstrução”.
É justamente esse ambiente de intolerância institucional que tem afastado o brasileiro da confiança no sistema. A tentativa de vincular qualquer crítica à atuação do STF a “ataques à democracia” tornou-se um escudo conveniente para fugir da transparência. A tal “minuta do golpe” virou o símbolo da narrativa construída para justificar ações draconianas.
Segundo o processo, os réus teriam usado a PRF para interferir no segundo turno. No entanto, nenhum relatório técnico confirma isso. A base da acusação permanece frágil, e o julgamento segue como se fosse um espetáculo montado para culpar previamente os alvos políticos do sistema.
A coragem do advogado Sebastião Coelho de fazer a pergunta certa foi um respiro de justiça no plenário. O silêncio do STF, por outro lado, grita mais alto do que qualquer resposta poderia dar.