
Na última semana, um novo alerta fiscal acendeu os sinais vermelhos em Brasília. A Instituição Fiscal Independente, ligada ao Senado, mostrou que a atual gestão vem utilizando manobras contábeis para dar aparência de equilíbrio nas contas, enquanto a realidade aponta para um rombo bilionário disfarçado. Segundo o estudo, o cenário está no limite e pode levar o país a uma situação de emergência orçamentária.
O problema, segundo especialistas, está no uso exagerado de despesas fora do teto, além de créditos e compensações que distorcem a real condição das contas públicas. A tentativa do governo de apresentar responsabilidade fiscal parece, na prática, uma ilusão. Especialistas apontam que estamos apenas postergando o inevitável: cortes ou colapso.
O relatório estima um déficit de R$ 83,1 bilhões em 2025, ainda dentro da nova margem de tolerância, mas esconde R$ 55 bilhões em precatórios não contabilizados. A economista Juliana Inhasz alerta: o governo tenta sustentar a ideia de que está tudo sob controle, quando na verdade a bomba está armada para explodir em breve. Isso compromete a credibilidade do arcabouço fiscal e expõe o país a novos riscos.
A dívida pública também preocupa. A projeção indica que a dívida bruta pode saltar de 77,6% para 124,9% do PIB até 2035. E, em cenário pessimista, romper a marca absurda de 170%. Sem controle real das contas, o Brasil pode enfrentar fuga de investidores, alta nos juros e mais desemprego — tudo isso enquanto o governo insiste em aumentar impostos, em vez de cortar seus próprios privilégios.
Mesmo com a tentativa de elevar o IOF e propor novas taxações por Medida Provisória, o governo enfrenta resistência popular e institucional. O economista Alex Agostini afirmou que o Palácio insiste em buscar soluções no bolso do cidadão, em vez de reformar a máquina pública. E pior: judicializar a tributação pode gerar um efeito cascata de insegurança jurídica.
O relatório também afirma que a carga tributária já chegou ao limite — 34,24% do PIB em 2024. Ou seja, não dá mais para tirar do povo. A saída está nas reformas estruturais, na redução de gastos engessados e no controle real das contas. Caso contrário, os próximos anos podem trazer paralisações, serviços públicos precários e uma crise política de grandes proporções.
Em resumo, os dados mostram que o Brasil está em um beco fiscal sem saída, tentando enganar a população com narrativas otimistas e contabilidade criativa. A cada tentativa de empurrar o problema, a dívida cresce, os serviços pioram e o risco de colapso se torna mais real. Se nada mudar, o país seguirá ladeira abaixo.