
O presidente da Comissão de Orçamento da Câmara, Hugo Motta, foi acusado de uma manobra inusitada e polêmica: desligar o ar-condicionado da Casa durante o recesso parlamentar. A justificativa oficial seria a suspensão das atividades, mas nos bastidores a medida foi vista como retaliação contra a oposição, especialmente os parlamentares aliados de Jair Bolsonaro.
O calor nas salas tornou-se insuportável, forçando o cancelamento de reuniões e impedindo discussões sobre os abusos do STF. A ação ocorreu logo após movimentos da base bolsonarista para organizar reações políticas às recentes decisões de Alexandre de Moraes. Deputados relataram “temperaturas sufocantes” e “tentativa de censura”. O ato gerou revolta e foi exposto nas redes sociais como sabotagem deliberada.
Deputados do PL, PP e aliados criticaram duramente o desligamento, afirmando que o presidente da comissão não tem direito de interromper o funcionamento da Casa com base em sua vontade. Para eles, Hugo Motta usou a estrutura pública para calar vozes contrárias ao sistema, impedindo até mesmo o debate de medidas em apoio a Bolsonaro.
Uma das mais indignadas foi a deputada Júlia Zanatta, que relatou que uma assessora “quase desmaiou” com o calor. A oposição afirmou que continuará tentando se reunir, mesmo sob pressão. O episódio foi considerado simbólico: enquanto o Brasil enfrenta uma escalada autoritária, dentro da própria Câmara vozes conservadoras estão sendo caladas na base da sabotagem térmica.
A assessoria de Motta tentou justificar, alegando que não houve sabotagem e que o sistema de refrigeração estaria desligado apenas por questões técnicas ligadas ao recesso. Mas o tom da resposta não convenceu parlamentares e nem a base bolsonarista, que consideraram o gesto como autoritário e silencioso.
Segundo bastidores, a ordem foi dada diretamente por Motta, que teria tentado impedir qualquer articulação política que se voltasse contra o STF e o governo. A oposição prepara agora uma representação formal contra o deputado. Enquanto isso, o clima continua quente — literalmente — dentro das salas da Câmara, com parlamentares usando ventiladores improvisados para continuar as conversas.
A medida foi vista por aliados de Bolsonaro como um sinal claro de que o sistema está disposto a tudo para silenciar os dissidentes. Com a pauta das tornozeleiras, bloqueios bancários e sanções judiciais ainda ecoando, o desligamento do ar virou uma metáfora perfeita da situação: calar pelo calor. A oposição pretende reagir com mais força nos próximos dias e promete denunciar o caso como censura institucional.
Segundo fontes internas, o próprio Bolsonaro teria sido informado da manobra e reagiu com ironia: “Estão desligando até o ar pra impedir a gente de falar”. A crise climática virou política. E a política, mais uma vez, virou um embate direto entre liberdade e controle.
Se estivesse traficando armas, cocaína ou colocando dinheiro em caixa de sapato e malas, na primeira instância da justiça seria liberado da tornozeleira. Más não, Ele usa a bandeira do Brasil.