
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode sofrer um tombo histórico e perder até R$ 175 bilhões no longo prazo por causa da nova tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros. O alerta foi emitido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que publicou um estudo detalhado sobre os impactos econômicos devastadores da medida, que deve entrar em vigor a partir do dia 1º de agosto.
Segundo o levantamento, a tarifa pode causar uma retração de 1,49% no PIB nacional e a eliminação de 1,3 milhão de empregos em todo o país. O cenário se agrava ainda mais caso o Brasil, sob comando do governo Lula, opte por responder com medidas retaliatórias, o que parece ser a linha adotada pelo Itamaraty e pelo próprio presidente em recentes declarações públicas.
Se o governo petista insistir em uma retaliação comercial, o prejuízo econômico pode saltar para R$ 259 bilhões, ou 2,21% do PIB. Isso resultaria na perda de quase 2 milhões de postos de trabalho, redução de R$ 36,1 bilhões na massa salarial e uma queda de R$ 7,2 bilhões na arrecadação de impostos. As consequências são alarmantes, e tudo isso poderia ser evitado com uma política externa mais responsável e menos ideologizada.
Os Estados Unidos continuam sendo o segundo maior parceiro comercial do Brasil, ficando atrás apenas da China. Em 2024, o Brasil exportou US$ 40,4 bilhões (R$ 225,1 bilhões) para o mercado norte-americano, o que equivale a 1,8% do PIB nacional. Os produtos mais exportados são aço, aeronaves, café, combustíveis minerais, equipamentos mecânicos, ferro e máquinas – setores que agora estão na linha de tiro das tarifas impostas pelo governo Trump.
A situação é ainda mais grave para estados como Minas Gerais, que é o terceiro maior exportador para os EUA, com US$ 4,62 bilhões (R$ 25,7 bilhões) em vendas em 2023. O estudo mostra que, mesmo sem retaliação, o PIB mineiro pode cair R$ 21,5 bilhões (2%), gerando a perda de R$ 3,1 bilhões em salários e mais de 187 mil empregos. O setor de ferro-gusa e ferroligas, vital para a economia local, pode registrar queda de até 11,9%.
Com uma eventual retaliação mútua e fuga de investidores, o impacto em Minas Gerais pode ser catastrófico: queda de R$ 63,8 bilhões no PIB estadual e mais de 443 mil empregos comprometidos. A Fiemg fez um apelo público ao governo federal para adotar uma postura firme, porém diplomática, visando preservar os empregos e a competitividade das empresas brasileiras. A entidade destacou que o Brasil precisa de menos discursos ideológicos e mais ação responsável no comércio internacional.