
A recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de restabelecer o aumento do IOF imposto por Lula escancarou o abismo institucional que se instaurou no Brasil. Mesmo após a Câmara e o Senado revogarem o decreto, o STF agiu como um superpoder que atropela o Legislativo e impõe sua vontade sobre o país.
Em 25 de junho, o Congresso, cumprindo sua função constitucional, derrubou o aumento abusivo do imposto via PDL, atendendo ao clamor popular contra mais uma carga tributária injusta. Mas bastou uma canetada de Moraes, nesta quarta-feira (16), para ignorar a soberania do Parlamento e devolver ao povo mais uma conta para pagar.
Essa atitude representa um duro golpe na democracia, pois transforma decisões políticas em meros ornamentos diante do império judicial que hoje governa sem voto e sem freios. O STF, em vez de guardar a Constituição, assumiu o papel de legislador, executivo e censor — tudo ao mesmo tempo.
O Brasil se tornou refém de um Judiciário militante, que impõe impostos, persegue opositores e cala vozes dissidentes, sempre com o respaldo de uma narrativa técnica. A população já não escolhe mais os rumos da nação — são decisões de gabinete, longe do povo e da urna, que ditam os caminhos do país.
Enquanto o Congresso é desmoralizado, a conta chega para o cidadão, esmagado por impostos, inflação e autoritarismo travestido de legalidade. Resta perguntar: até quando o Brasil vai tolerar esse desequilíbrio de poderes?