
O Supremo Tribunal Federal vive uma de suas fases mais obscuras, refém de uma ala ativista e distante do papel constitucional que deveria cumprir. Infelizmente, não há hoje no STF um único ministro com coragem real de enfrentar a banda podre da própria Corte. O sistema se fecha em si mesmo, blindando os excessos e punindo qualquer voz que ouse desafiar a narrativa dominante.
Durante o governo Bolsonaro, muitos conservadores esperavam que as indicações feitas ao Supremo trouxessem equilíbrio. No entanto, as nomeações de Kassio Nunes Marques e André Mendonça ficaram aquém dessa missão, talvez por imposições políticas ou jogo de bastidores. Nunes Marques, em especial, decepcionou com votos alinhados ao establishment. Já Mendonça, apesar da falta de firmeza esperada, em alguns momentos ousa tocar em feridas que a maioria prefere ignorar.
Uma dessas ocasiões ocorreu em 4 de junho, quando André Mendonça disse algo que até hoje ressoa como uma bomba dentro do STF. Em meio ao debate sobre a confiança nas urnas, ele afirmou que duvidar das instituições é um direito legítimo do cidadão brasileiro, ao comparar com a liberdade de duvidar da existência de Deus ou das viagens à Lua. A fala não apenas quebrou o discurso único imposto por Alexandre de Moraes, como também lembrou ao povo que questionar não é crime.
Essa declaração causa calafrios nos ministros que tratam dúvidas legítimas como ameaças à democracia, mas serve como alerta: o STF não pode mais ser um tribunal de militância judicial. É necessário coragem para romper com o ativismo e restaurar o Estado de Direito. Mesmo tímido, Mendonça mostrou que ainda há esperança — ainda que rara — dentro da Suprema Corte.