A chamada “taxa das blusinhas”, implementada em 2024, tem sido apontada como a principal causa de um prejuízo bilionário nos Correios. A medida, que impôs uma tributação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, além do ICMS estadual, foi aprovada pelo Congresso e sancionada em junho do ano passado. O objetivo era equilibrar a concorrência com o varejo nacional, mas o resultado foi uma queda drástica na receita da estatal, que perdeu mercado para empresas privadas no setor de entregas internacionais.


Os Correios projetavam arrecadar cerca de R$ 5,9 bilhões em 2024 com o transporte de encomendas, especialmente da China, via plataformas como AliExpress e Shein. No entanto, a nova taxação reduziu esse valor para R$ 3,7 bilhões, gerando um déficit de aproximadamente R$ 2,2 bilhões, segundo estudo interno da empresa. O presidente da estatal, Fabiano Silva, destacou que a participação dos Correios no mercado de entregas internacionais caiu de 98% para cerca de 30%, com outras empresas assumindo o espaço deixado pela estatal.


A política também abriu brechas para concorrentes, já que a tributação simplificada permitiu que companhias privadas entrassem no setor, oferecendo serviços mais ágeis e baratos. Enquanto o governo federal arrecadou R$ 1,98 bilhão com a taxa até o momento, o prejuízo dos Correios supera esse ganho, evidenciando um saldo negativo para o erário público. A estatal, que vinha de lucros expressivos durante a pandemia devido ao boom do e-commerce, agora enfrenta um rombo que ameaça sua sustentabilidade financeira.

Críticos da medida argumentam que ela foi mal planejada, ignorando o impacto sobre a principal fonte de receita dos Correios. A tentativa de reverter o decreto que regulamenta a taxação é uma das estratégias da empresa para recuperar o terreno perdido, mas enfrenta resistência no governo. Enquanto isso, o aumento do ICMS para 20% em vários estados, a partir de abril de 2025, pode agravar ainda mais a situação, encarecendo as importações e reduzindo o volume de encomendas.


O prejuízo bilionário expõe um dilema: a taxa trouxe benefícios fiscais limitados ao governo, mas comprometeu uma estatal estratégica. Sem ajustes, os Correios correm o risco de depender de aportes públicos para se manter, enquanto o mercado de entregas internacionais segue sendo disputado por players privados. A situação exige uma revisão urgente da política para evitar que o rombo se amplie nos próximos anos.

By Jornal da Direita Online

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