Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmam que o julgamento que o tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado não abala sua força política. A decisão da Primeira Turma do STF, tomada por unanimidade (5 a 0) em 26 de março de 2025, aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que acusa Bolsonaro e sete aliados de planejar subverter o resultado das eleições de 2022, com crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Apesar disso, parlamentares da oposição sustentam que o processo não enfraquece a influência de Bolsonaro entre seus apoiadores nem compromete seu capital político.
O deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE) declarou que o julgamento é uma "manobra" para afastar Bolsonaro das eleições de 2026, mas que ele "entrou para a história" e não será visto como traidor pela população, que, segundo ele, compreende o contexto.
O deputado estadual Capitão Telhada (PP-SP) reforçou que Bolsonaro representa "a voz de milhões de brasileiros que acreditam na pátria" e é alvo de perseguições, enquanto o deputado federal Coronel Telhada (PP-SP) destacou sua "firmeza na defesa da liberdade e da democracia". Já o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) afirmou que Bolsonaro governou dentro das regras constitucionais e que o processo não diminui sua relevância.
A percepção dos aliados é respaldada por uma pesquisa da Futura Inteligência, realizada entre 19 e 25 de março de 2025, que mostra Bolsonaro com 51,1% das intenções de voto contra 37,3% de Lula em uma simulação de segundo turno para 2026, apesar de sua inelegibilidade até 2030, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para os apoiadores, o julgamento, longe de prejudicá-lo, fortalece sua narrativa de vítima de perseguição política, mantendo sua base mobilizada.
Eles argumentam que a decisão do STF, sob relatoria de Alexandre de Moraes, é mais um capítulo de um embate político do que jurídico, e que Bolsonaro segue como principal liderança da direita brasileira, independentemente do desfecho judicial.
O ex-desembargador Sebastião Coelho foi detido nesta terça-feira, 25, no Supremo Tribunal Federal (STF), em flagrante delito, sob acusação de desacato e ofensas ao tribunal. A prisão foi determinada pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que também ordenou a lavratura de boletim de ocorrência. Coelho, que é advogado de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, tentou ingressar na 1ª Turma do STF para acompanhar o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um vídeo gravado pelo próprio Coelho, é possível vê-lo na porta do colegiado, alegando que foi impedido de entrar, apesar de afirmar que havia lugares vagos disponíveis. O STF rebateu e emitiu uma nota oficial alegando que Coelho não se cadastrou previamente para participar da sessão. Advogado de Filipe Martins, o desembargador Sebastião Coelho foi barrado na entrada do plenário da Primeira Turma do STF 🚨🚨🚨🚨 pic.twitter.com/EGaPuYyjam — Claudio Dantas (...