Caiado: impeachment de Moraes e ministros do STF não devem ser pauta

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), declarou em 27 de março de 2025 que o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e de outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não deve ser uma pauta prioritária. Considerado um dos nomes da direita para a Presidência em 2026, Caiado afirmou que essa discussão precisa ser superada, pois não atende aos interesses da população. Em entrevista, ele questionou: “Se nós continuarmos alimentando isso no Brasil, a quem interessa? Faz dois anos e quatro meses que o atual governo não governa, não trabalha. Só fala de 8 de janeiro, e agora [a oposição] só fala em caçar ministro”. Caiado diverge de setores bolsonaristas, que intensificaram a pressão contra o STF, especialmente após ações de Moraes, como o julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe. Ele criticou a polarização em torno do tema, sugerindo que o foco deveria estar em governança e resultados concretos, não em disputas institucionais. O governador também rejeitou a ideia de uma “ditadura do STF”, defendendo que descontentamentos são legítimos, mas rotular um poder é equivocado. Favorável à anistia dos envolvidos no 8 de janeiro de 2023, Caiado apontou que o governo Lula usa o episódio para desviar atenções de suas falhas, enquanto a oposição se prende a ataques ao Judiciário. Ele anunciou sua pré-candidatura à Presidência para 4 de abril em Salvador, com o slogan “Coragem para endireitar o Brasil”, buscando dialogar com conservadores sem adotar o tom beligerante do bolsonarismo. A posição de Caiado marca um distanciamento estratégico de Jair Bolsonaro e seus aliados, que veem o impeachment de Moraes como bandeira central. Com isso, ele sinaliza uma campanha independente, focada em superar pautas que, segundo ele, travam o debate nacional, enquanto tenta se firmar como alternativa no campo da direita para 2026.