Em seu discurso de posse como presidente do Senado em 1º de fevereiro de 2025, Davi Alcolumbre (União-AP) enviou um claro recado ao Supremo Tribunal Federal (STF), sinalizando um possível embate sobre a questão das emendas parlamentares. Alcolumbre defendeu o "cumprimento de acordos" sobre os repasses de emendas, uma referência direta às tensões entre o Congresso e o STF no ano anterior, quando o ministro Flávio Dino suspendeu o pagamento de boa parte dessas verbas por questões de transparência.
Alcolumbre argumentou que é essencial respeitar as decisões judiciais e o papel do Judiciário no sistema democrático, mas também enfatizou a necessidade de preservar as prerrogativas do Legislativo. Ele disse que o Senado deve assegurar seu papel constitucional de legislar e representar o povo brasileiro, indicando que não aceitará interferências que, na sua visão, comprometam a autonomia do parlamento. A frase "acordo firmado é acordo cumprido" foi repetida várias vezes, sugerindo que qualquer acordo feito entre os Poderes sobre as emendas deveria ser respeitado.
A controvérsia sobre as emendas parlamentares, especialmente as chamadas emendas de comissão, tem sido um ponto de fricção significativo. Estas emendas permitem que parlamentares destinem recursos para obras e projetos em suas bases eleitorais, mas foram alvo de suspeitas de corrupção e falta de transparência. O STF, por sua vez, tem buscado garantir que essas verbas sejam usadas de forma responsável e transparente, levando a confrontos com o Congresso sobre o controle e a fiscalização desses recursos.
Alcolumbre mencionou que, sem confiança entre os poderes e sem o cumprimento dos acordos, o Parlamento corre o risco de se transformar em um "campo de guerra", onde "as boas ideias se perdem numa eterna e infrutífera disputa entre antagonistas". Esta declaração foi interpretada como um aviso de que o Senado, sob sua liderança, pretende resistir a qualquer tentativa do Judiciário de impor suas diretrizes sobre a gestão de emendas parlamentares sem um consenso prévio.
A mensagem de Alcolumbre também foi vista como uma tentativa de fortalecer a posição do Senado em meio a um cenário de polarização entre os poderes, especialmente com o STF tendo, nos últimos anos, tomado decisões que repercutiram diretamente na política e na gestão pública. Esse embate pode influenciar a agenda legislativa e a relação entre os poderes nos próximos anos, especialmente em questões orçamentárias e de governança.
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...