Em uma sessão tumultuada no Congresso Nacional em fevereiro de 2025, o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) criticou veementemente o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), candidato à presidência da Câmara dos Deputados, afirmando que Motta votou a favor da prisão do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e que seria um apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Van Hattem utilizou o momento para questionar a integridade de Motta, especialmente em relação à sua postura sobre temas sensíveis como a anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro de 2023 e a relação com o governo atual.
Van Hattem mencionou especificamente que Motta votou pela manutenção da prisão de Silveira em fevereiro de 2021, quando a Câmara decidiu, por 364 votos a 130, manter a detenção do então deputado do PSL, determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ataques aos ministros da Corte. Ele usou este fato para desacreditar a candidatura de Motta, argumentando que a decisão de Motta mostraria uma falta de compromisso com a liberdade de expressão e uma tendência a alinhar-se com o PT, o partido de Lula.
A crítica de Van Hattem também toca na questão da anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, uma pauta importante para a base bolsonarista e para o próprio Van Hattem, que defende a anistia como uma forma de corrigir o que ele vê como perseguição política. Ao acusar Motta de ser a favor de Lula, Van Hattem sugere que Motta não defenderia essa causa, beneficiando-se politicamente do apoio do PT e de Lula, que tradicionalmente tem uma relação tensa com pautas defendidas pela extrema-direita.
A declaração de Van Hattem foi feita em um contexto de disputa pela presidência da Câmara, onde a aliança política e o posicionamento em temas polarizantes podem determinar o apoio dos deputados.
A crítica direta a Motta pode influenciar a percepção de alguns parlamentares sobre sua candidatura, especialmente aqueles que têm reservas sobre a proximidade de Motta com o governo Lula ou aqueles que priorizam a agenda de liberdades parlamentares e a revisão de decisões judiciais controversas.
Esta disputa interna no Congresso reflete uma dinâmica maior de polarização política, onde as eleições para cargos de liderança dentro das Casas legislativas são vistas não apenas como uma questão de administração interna, mas como uma batalha por influência sobre a agenda legislativa e a orientação política do país.
A acusação de Van Hattem contra Motta é parte dessa batalha, buscando desestabilizar a candidatura de Motta ao expor o que ele considera contradições ou alinhamentos indesejáveis.
