Em 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) está programado para levar a julgamento várias pautas que tradicionalmente seriam de competência legislativa, gerando uma discussão sobre o papel do Judiciário em questões que são, em essência, políticas. Entre os temas que serão abordados, destacam-se a responsabilização das redes sociais por conteúdo publicado, a regulamentação das apostas esportivas, a revisão do marco temporal para demarcação de terras indígenas, e investigações relacionadas a supostos atos antidemocráticos, como o chamado "golpe de 2022" e os eventos de 8 de janeiro de 2023.
O STF já tem uma longa história de intervenção em áreas que demandam legislação específica, o que tem sido criticado por alguns como "ativismo judicial". No entanto, os ministros argumentam que tais julgamentos são necessários para proteger direitos fundamentais e garantir a constitucionalidade das leis e práticas no Brasil. Em particular, a pauta de 2025 inclui decisões que podem ter impacto direto na economia, na liberdade de expressão, e nos direitos de comunidades indígenas, como:
Redes Sociais: O STF irá discutir se as plataformas digitais podem ser responsabilizadas por conteúdos ofensivos ou ilegais antes mesmo de uma ordem judicial específica, um debate que toca diretamente no Marco Civil da Internet e na liberdade de expressão versus proteção contra desinformação.
Apostas Esportivas: A regulamentação das "bets" está em pauta, com ações que questionam a constitucionalidade da atual regulamentação, podendo impactar um setor que movimenta bilhões no país.
Marco Temporal: A questão sobre se a demarcação de terras indígenas deve seguir um marco temporal específico, um tema que tem gerado conflitos entre interesses econômicos, direitos indígenas e a legislação ambiental.
Investigações do suposto Golpe e Atos de 8 de Janeiro: A continuidade ou arquivamento de inquéritos que investigam tentativas de subversão democrática, com implicações significativas para a política brasileira e a responsabilidade de figuras públicas.
A decisão sobre esses temas no STF pode criar uma tensão entre os poderes, já que o Congresso Nacional tem sua própria agenda legislativa para esses assuntos. A nova cúpula do Congresso, com a eleição de novos presidentes para a Câmara e o Senado, terá o desafio de dialogar com o STF para evitar uma crise institucional. A judicialização desses temas também levanta questões sobre a separação de poderes e a necessidade de reformas legislativas para lidar com questões contemporâneas que exigem uma resposta rápida e eficaz.
A "pauta-bomba" do STF para 2025, portanto, é um indicativo de um ano de grande atividade judicial, com potencial para moldar significativamente o cenário político, econômico e social do Brasil, ao mesmo tempo que desafia a nova liderança do Congresso a navegar por essas águas turbulentas com diplomacia e assertividade.
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...