A crise no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sob a gestão de Márcio Pochmann se intensificou com servidores expressando insatisfação significativa. Desde a nomeação de Pochmann em agosto de 2023, houve acusações de um estilo de gestão autoritário, com servidores se queixando de falta de diálogo e transparência nas decisões tomadas. Um ponto crítico foi a criação da Fundação IBGE+, uma entidade de direito privado que levantou preocupações sobre a potencial interferência de interesses privados na produção de dados estatísticos oficiais, o que poderia comprometer a credibilidade e a autonomia do IBGE.
Os servidores organizaram protestos e paralisações, como o ato ocorrido em setembro de 2024 no Rio de Janeiro e uma paralisação de 24 horas em outubro do mesmo ano. Essas ações foram uma resposta direta a mudanças como a transferência de funcionários para novos locais de trabalho e a implementação de um novo regime de trabalho presencial, além da criação da Fundação IBGE+. A falta de consulta prévia sobre essas mudanças foi um fator significativo de descontentamento entre os funcionários, que também criticaram a gestão por viés político e midiático.
A crise levou a uma série de exonerações notáveis dentro do IBGE. Em janeiro de 2025, importantes diretores, incluindo Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto da área de Pesquisas, deixaram seus cargos, alegando desacordo com as decisões unilaterais da gestão de Pochmann. Esta movimentação foi seguida por uma carta aberta assinada por mais de 130 servidores, incluindo gerentes e coordenadores, que expressaram apoio aos diretores que pediram exoneração e reivindicaram a paralisação das atividades da Fundação IBGE+ devido aos riscos à autonomia técnica do instituto.
A presidência do IBGE, sob Pochmann, respondeu às críticas alegando que as acusações eram infundadas e que medidas como a criação da Fundação IBGE+ eram necessárias para captar recursos adicionais em um contexto de escassez financeira.
Pochmann também defendeu a reorganização do IBGE para incorporar novas tecnologias e centralizar a análise de dados do governo, afirmando que essas mudanças foram amplamente debatidas e aprovadas pelos diretores do Conselho do IBGE. No entanto, a gestão foi acusada de não comunicar de maneira eficaz essas decisões ao corpo técnico.
A tensão entre a direção do IBGE e seus servidores chegou a um ponto em que o sindicato dos trabalhadores solicitou intervenção das autoridades competentes e do Congresso para resolver a crise. A situação destacou a importância da transparência e do diálogo interno nas instituições públicas, especialmente em órgãos responsáveis pela produção de dados estatísticos vitais para a formulação de políticas públicas e para a economia nacional.
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...