O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de 15 dias para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre um muro construído pela Prefeitura de São Paulo na região da Cracolândia, no centro da cidade. A decisão veio em resposta a uma ação movida por parlamentares do PSOL, que pedem a derrubada da estrutura.
O muro, de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, foi erguido na Rua General Couto Magalhães, no bairro de Santa Ifigênia, com o intuito de substituir tapumes de metal que estavam danificados e representavam risco de ferimentos.
A construção do muro teve como objetivo evitar acidentes, como atropelamentos, segundo argumentos da Prefeitura. A administração municipal afirmou que a estrutura não visa segregar ou restringir o direito de ir e vir das pessoas em situação de rua, mas sim proteger tanto os usuários quanto os moradores e pedestres da área. A Prefeitura também destacou que o acesso de profissionais de saúde, assistência social e organizações humanitárias não foi inviabilizado pela construção, e que a estrutura atual é menor em extensão do que a anterior.
Por outro lado, parlamentares do PSOL e outras entidades criticam a medida, alegando que ela isola e exclui socialmente as pessoas que vivem na Cracolândia, violando direitos fundamentais garantidos pela Constituição. Eles argumentam que o muro impede ações de assistência e representa uma forma de "arquitetura hostil", que não resolve os problemas da região, mas apenas os desloca para outras áreas.
A Defensoria Pública de São Paulo também emitiu um relatório recomendando a remoção do muro, indicando que tais barreiras físicas fazem parte de uma estratégia para precarizar ainda mais a vida dos frequentadores da Cracolândia, incentivando a internação forçada.
A defensora pública Fernanda Balera criticou a política de tratamento dos usuários de drogas na área, afirmando que o muro está inserido em um contexto maior de políticas que restringem ainda mais o espaço e os direitos das pessoas.
A solicitação de Moraes à PGR para se manifestar sobre o caso reflete a complexidade das questões envolvidas, incluindo direitos humanos, políticas públicas de assistência e urbanismo. A decisão da PGR será crucial para determinar os próximos passos legais sobre a permanência ou demolição do muro, além de influenciar possíveis mudanças nas políticas públicas voltadas para a população em situação de rua e usuários de drogas na Cracolândia.
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...