A mudança na aposentadoria dos militares é uma prioridade para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2025. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), confirmou que a reforma da aposentadoria de militares está entre os três pilares da agenda legislativa do Planalto para este ano. A reforma visa reduzir os privilégios das forças armadas em relação à Previdência, com o projeto de lei esperado para ser enviado ao Congresso após as eleições internas e a aprovação do orçamento de 2025.
A proposta inclui a fixação de uma idade mínima de 55 anos para que os militares possam se aposentar, além de outras medidas como a padronização da contribuição para o Fundo de Saúde, o fim da "morte ficta" - onde militares expulsos recebem pensão como se estivessem mortos - e limitações na transferência de pensões. Essas mudanças são parte de um amplo pacote fiscal destinado a economizar recursos públicos, com um impacto estimado de R$ 2 bilhões anuais apenas com as reformas relacionadas aos militares.
O governo espera que a reforma tenha apelo popular, pois visa equilibrar as contas públicas e reduzir o déficit previdenciário, que, segundo relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU), é significativamente mais alto para os militares do que para os civis. No entanto, a proposta tem gerado resistência dentro das Forças Armadas, com preocupações sobre como as novas regras afetarão a carreira e os benefícios dos militares.
A discussão sobre a reforma da aposentadoria dos militares já havia começado em anos anteriores mas foi adiada várias vezes devido à complexidade do tema e à resistência de setores militares e políticos.
A expectativa é que, com o apoio do governo e a pressão por ajuste fiscal, o Congresso possa finalmente avançar com a reforma em 2025. A implementação das novas regras será gradual, com uma regra de transição que se estenderá até 2032, permitindo que os militares próximos da aposentadoria paguem um pedágio de 9% sobre o tempo restante até a aposentadoria.
Esta reforma é vista como um componente chave da estratégia fiscal do governo Lula para 2025, que também inclui isenções de imposto de renda para os de menor renda e outras medidas econômicas. A eficácia e a aceitação dessas mudanças na aposentadoria dos militares serão decisivas para o sucesso do pacote fiscal do governo, refletindo o desafio de equilibrar a necessidade de economia com o respeito às tradições e expectativas das Forças Armadas.
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...