O jornal O Estado de S. Paulo, em um editorial intitulado "Perdulário, lento e privilegiado", criticou duramente o Judiciário brasileiro por seus gastos excessivos, lentidão e privilégios. O texto, publicado recentemente, aborda a questão do orçamento do Poder Judiciário, que já atinge a casa dos R$ 90 bilhões anualmente, destacando que essa quantia é elevada, especialmente quando comparada ao desempenho do órgão.
O editorial questiona a eficiência do sistema, onde o número de processos em tramitação continua a crescer, enquanto a capacidade de julgamento não acompanha proporcionalmente o aumento dos recursos financeiros.
O jornal ressalta que, além do orçamento inflacionado, há uma série de privilégios que beneficiam juízes e desembargadores, como auxílios moradia, saúde, alimentação e até um polêmico auxílio para despesas com filhos, que somados, representam um acréscimo significativo aos salários já altos. O Estadão critica a falta de transparência e a resistência a reformas que poderiam racionalizar esses gastos, sugerindo que tais benefícios distanciam o Judiciário da realidade da maioria dos brasileiros e contribuem para a percepção de um sistema "perdulário".
A crítica também se estende à lentidão do Judiciário, o que, segundo o editorial, afeta diretamente a credibilidade da justiça e a garantia de direitos fundamentais. A morosidade nos julgamentos é vista como um agravante que não só prejudica os cidadãos que buscam justiça, mas também reflete uma ineficiência administrativa e gerencial dentro do próprio sistema. O jornal sugere que, com os recursos disponíveis, deveria haver uma melhoria significativa na prestação do serviço judiciário.
O Estadão defende uma reforma que inclua a revisão dos privilégios, o aumento da produtividade e a modernização dos processos judiciais, para que o Judiciário possa ser mais eficiente e, acima de tudo, mais justo. O editorial conclui com um apelo para que as próximas gestões do Judiciário e do Congresso Nacional encarem seriamente essas questões, com o objetivo de reduzir os privilégios e gastos desnecessários, visando um sistema judicial que seja verdadeiramente acessível e eficiente.
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...