Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal (PF), afirmou nesta segunda-feira (27) que considera “não razoável” a discussão sobre anistiar os condenados pelos ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes, em Brasília. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Rodrigues destacou a seriedade da investigação conduzida pela PF, que apurou crimes de alta gravidade. “Eu, e aqui é a minha opinião pessoal, não acho razoável que se fale em anistia para quem comete esse crime dessa magnitude”, declarou.
Rodrigues também abordou o tema do financiamento dos atos, negando a existência de “mega-financiadores”. Segundo ele, havia uma expectativa sobre grandes financiadores orquestrando o golpe de Estado, mas a investigação não identificou tal organização. Ao invés disso, constatou-se um “financiamento disperso” em que diferentes pessoas contribuíram com recursos diversos, como insumos e apoio logístico. “Portanto, sim, nós responsabilizamos os financiadores”, afirmou o diretor.
A proposta de anistia, conhecida como “PL da Anistia”, permanece parada na Câmara dos Deputados. A análise do projeto foi adiada por uma decisão do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que suspendeu a decisão na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...