O governo Lula tem intensificado esforços para defender suas políticas econômicas, incluindo um investimento polêmico de cerca de R$ 40 milhões em uma campanha publicitária na TV. Essa iniciativa, com foco em defender o ministro Fernando Haddad e destacar os programas sociais do governo, como o "Desenrola" e o "Pé-de-Meia", ocorre em meio a críticas sobre a eficácia da gestão econômica e os desafios para equilibrar as contas públicas.
A propaganda, exibida em horário nobre, buscou apresentar Haddad como o principal nome para dar continuidade à liderança petista, gerando especulações sobre uma possível candidatura em 2026. A estratégia incluiu a associação direta de sua imagem à de Lula, lembrando a campanha de 2018, quando o ministro já havia utilizado esse vínculo para se promover politicamente.
O uso desses recursos tem provocado reações negativas, especialmente em um momento de medidas de ajuste fiscal. Apesar da tentativa de justificar o gasto como essencial para explicar o pacote econômico à população, críticos argumentam que a prioridade deveria ser investir em áreas mais urgentes, como saúde e segurança, em vez de autopromoção do governo.
Além disso, a mensagem publicitária incluiu dados otimistas sobre o crescimento econômico e imagens positivas da atuação do governo no cenário internacional, como a presença de Lula no G20. Ainda assim, economistas apontam que as reformas fiscais e tributárias propostas enfrentam resistência e podem ter impactos controversos no mercado e no bolso da população. Internamente, a decisão de priorizar uma abordagem midiática foi defendida por Lula, mas enfrentou discordâncias no governo.
Haddad inicialmente se opôs à combinação de anúncios de aumento do teto de isenção do imposto de renda com as medidas de ajuste fiscal, considerando a estratégia arriscada. No entanto, ele acabou sendo o porta-voz principal na TV, buscando amenizar os danos à imagem do governo.
Essa campanha reforça os desafios de comunicação e gestão enfrentados pelo governo Lula. Com a popularidade em queda e a pressão por resultados concretos, a aposta em publicidade massiva pode não ser suficiente para contornar as críticas crescentes e a insatisfação popular com o ritmo das mudanças propostas.
