Trump cumpre promessa e causa terror em Moraes

A recente nomeação de Elon Musk e Vivek Ramaswamy para o comando do novo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado pelo presidente Donald Trump, representa uma grande movimentação em direção ao enxugamento e à reestruturação do governo dos EUA. Trump cumpriu uma de suas promessas de campanha ao escolher nomes com perfil inovador e de visão empresarial, reforçando seu compromisso com uma gestão mais eficiente e menos dependente de regulamentações e burocracias excessivas. O impacto dessas nomeações vai além das fronteiras americanas e certamente acende alertas em diversos setores políticos, incluindo no Brasil. Musk, figura central no mercado de tecnologia e empresário de grande influência, já criticou abertamente ministros do STF brasileiro, especialmente Alexandre de Moraes. Durante o período de bloqueio da rede social X no Brasil, Musk e Moraes estiveram em lados opostos, com o bilionário defendendo a liberdade de expressão e questionando o ativismo judicial do magistrado. Agora, além de Musk, o governo Trump acolhe figuras como Jason Miller, CEO da rede social Gettr, também crítico de Moraes e que já sofreu com as polêmicas ordens judiciais brasileiras. A presença de figuras como Miller e Musk na administração americana não deve apenas trazer uma política de eficiência interna, mas também gerar pressões indiretas sobre ações semelhantes em outros países, possivelmente questionando posturas como as de Moraes, que têm sido vistas por muitos como censura disfarçada de regulação. Para o ministro Moraes, essa nova configuração é um sinal claro de que as estratégias que ele tem adotado podem, eventualmente, sofrer retaliações indiretas em âmbito internacional.

O possível fortalecimento de relações entre os governos Trump e Bolsonaro, somado à aproximação de conservadores americanos com os brasileiros, sinaliza que o ministro do STF pode enfrentar novos desafios diplomáticos, especialmente caso Trump mova o governo americano para uma linha mais crítica aos excessos do judiciário brasileiro. Trump e Musk se posicionam, assim, como aliados de uma visão governamental mais enxuta e respeitadora de liberdades individuais. Essa postura reflete o movimento crescente entre setores conservadores globais, que defendem uma governança limitada e questionam o poder excessivo de autoridades não eleitas, como ministros do STF. No Brasil, isso pode aumentar o apoio a vozes críticas de Moraes e fortalecer a oposição a medidas que são vistas como repressivas. O cerco para Alexandre de Moraes parece, de fato, se fechar. E, com a vitória de Trump, é provável que novos desdobramentos afetem não apenas as ações de ministros brasileiros, mas também a percepção internacional sobre o judiciário do país.