O comentário de Janja da Silva, ao chamar o ministro Alexandre de Moraes de "parceiro" na questão das fake news, levanta sérios questionamentos sobre a imparcialidade e a independência da atuação de um magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF). Um juiz, sobretudo de uma corte suprema, deve agir com isenção e equilíbrio, sem qualquer alinhamento ou parceria com partes interessadas em temas que serão julgados.
Essa declaração, feita de maneira pública e explícita, gera preocupação quanto à percepção de neutralidade do STF. Afinal, se Moraes é considerado um "parceiro" em uma agenda específica, como ele pode decidir com imparcialidade casos relacionados à disseminação de informações, especialmente quando envolvem críticas à esquerda, ao PT ou ao próprio governo Lula? Isso lança uma sombra sobre a credibilidade da Justiça, que deveria ser vista como acima de interesses políticos.
O uso da expressão "fake news e tal" por Janja também não pode ser ignorado.
O "e tal" parece sugerir que a pauta ultrapassa a questão das notícias falsas e pode abranger outras áreas de atuação que envolvem censura ou restrições à liberdade de expressão. Isso reforça a preocupação de que as ações relacionadas ao combate às fake news estão sendo usadas como justificativa para controlar narrativas desfavoráveis ao governo.
Além disso, a declaração evidencia um problema estrutural: a politização da Justiça. Quando integrantes do Executivo, como a primeira-dama, reconhecem ou insinuam uma aliança com magistrados, o equilíbrio entre os Poderes da República é comprometido. Isso mina a confiança da população na Justiça como um espaço neutro e legítimo de resolução de conflitos.
Para muitos, essa fala de Janja é mais uma demonstração da falta de limites entre o governo e setores da Justiça, especialmente o STF. Essa proximidade excessiva, somada às constantes decisões de Moraes que impactam a liberdade de expressão, só alimenta as críticas de que a corte tem ultrapassado sua função constitucional.
Por fim, o vídeo em que Janja se refere ao ministro como "parceiro" precisa ser analisado à luz de um contexto maior, que inclui ações de censura e medidas questionáveis contra opositores do governo.
Ele representa mais um exemplo preocupante de como a independência entre os Poderes tem sido desrespeitada, colocando em xeque a saúde da democracia brasileira.
Em ato falho, Janja assume que Moraes é um grande parceiro e desmente a imprensa, afirmando que o atentado em Brasília foi causado por fogos de artifício, e não por artefatos ou bombas, como dizem os especialistas. pic.twitter.com/vRR4YJFmsl
— Magno Malta (@MagnoMalta) November 17, 2024