A Folha muito além das tendências e dos debates e o surto dos jornalistas militantes

A publicação do artigo "Aceitem a Democracia" de Jair Bolsonaro na *Folha de S.Paulo*, o maior jornal em circulação no Brasil, marca um momento significativo e inusitado no cenário midiático nacional. Com uma abordagem franca sobre os rumos da democracia tanto no Brasil quanto no exterior, o texto não só reacendeu o debate sobre pluralidade de opinião, mas também ressaltou a importância de uma imprensa que atenda aos interesses do debate democrático, em vez de se limitar a tendências unilaterais. Ao permitir que Bolsonaro, líder da direita conservadora brasileira, expusesse sua visão em uma plataforma tradicionalmente inclinada à esquerda, a *Folha* surpreendeu muitos e causou desconforto evidente entre setores da esquerda, especialmente naqueles mais radicais, que muitas vezes enxergam a democracia como algo a ser moldado segundo suas próprias conveniências. A decisão da *Folha* foi um passo audacioso e digno de elogio, pois demonstra uma rara disposição em abrir espaço para um diálogo realmente diverso, longe do monopólio narrativo que predomina em outros veículos de comunicação.

Os segmentos de mídia tradicional e jornalistas alinhados à extrema-esquerda não esconderam sua insatisfação com a decisão. Nos comentários e análises em redes sociais, ficou claro que a publicação incomodou, uma vez que a força dos argumentos de Bolsonaro sobre democracia e liberdade deixaram poucos espaços para contestações substanciais. Com frequência, a imprensa e seus comentaristas defendem o que chamam de "pluralidade de vozes", mas a reação a essa publicação expôs o quanto esses discursos, em grande parte, são relativos, moldando-se a interesses específicos quando o tema contraria suas posições ideológicas. A publicação do artigo de Bolsonaro, portanto, não é apenas uma contribuição para o debate democrático, mas uma lição sobre o valor da pluralidade autêntica no jornalismo. A presença do ex-presidente na *Folha*, veículo que o critica com frequência, é uma prova de maturidade e coragem ao aceitar o contraditório. Isso também levanta uma reflexão sobre a função dos veículos de comunicação em fomentar debates equilibrados, principalmente em um país onde temas como liberdade e democracia se tornam, ironicamente, temas polêmicos e suscetíveis a manipulações e censuras. Bolsonaro, ao aceitar o convite, não poderia ter abordado temas mais pertinentes: democracia e liberdade. Em um país onde essas ideias têm sido, em muitos momentos, diluídas por interesses de um lado do espectro político, essa manifestação pública reforça que a liberdade é um valor que transcende ideologias e não pode ser refém de qualquer grupo. Com seu texto, Bolsonaro reacendeu a importância desses valores, tão caros aos conservadores, mas de valor inquestionável a todos os brasileiros. Resta parabenizar a *Folha de S.Paulo* por essa escolha corajosa. Que outros veículos possam seguir o exemplo, demonstrando que a imprensa brasileira ainda é capaz de contribuir para um debate democrático e livre, algo que, lamentavelmente, tem sido cada vez mais raro no ambiente midiático atual.