‘Não é todo mundo que me recebe em casa, por medo de eu invadir e não sair’

Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo, fez declarações inusitadas durante uma transmissão ao vivo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele afirmou que algumas pessoas têm receio de recebê-lo em casa, brincando sobre o medo de ser "invadido" por ele. Essa fala ocorreu em um momento descontraído, após o cancelamento de dois comícios devido à chuva na capital paulista. A declaração de Boulos reflete a sua trajetória como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), onde ficou por mais de uma década. A habitação é uma de suas bandeiras centrais, e ele expressou orgulho em ter contribuído para a moradia de mais de 15 mil famílias. Durante o debate da RECORD, ele se comprometeu a implementar uma política habitacional robusta, afirmando que, sob sua gestão, não haverá mais ocupações.

Em sua visão, as ocupações ocorrem na falta de políticas públicas efetivas para habitação. Boulos garantiu que seu governo se dedicará a construir pelo menos 50 mil novas moradias, visando atender a população em situação de rua e aqueles que vivem em áreas de risco. Ele se posiciona como um defensor dos que mais precisam, prometendo um esforço concentrado para resolver a crise habitacional na cidade. A proposta de Boulos é ambiciosa e reflete sua experiência no movimento social.

Ele quer transformar a forma como a cidade lida com a moradia, focando não apenas na construção de casas, mas também em oferecer alternativas para quem não consegue pagar aluguel ou que vive de favor. Essa abordagem busca atacar as raízes do problema habitacional, garantindo que as políticas públicas sejam eficazes e abrangentes. Entretanto, a declaração sobre o medo das pessoas em recebê-lo pode gerar controvérsias.

Em um ambiente político polarizado, é crucial que Boulos consiga comunicar suas ideias de forma clara, evitando interpretações que possam desviar o foco de suas propostas concretas para a cidade. Com a eleição se aproximando, Boulos precisa continuar a mobilizar apoio, apresentando uma visão clara e realista de como pretende enfrentar os desafios habitacionais de São Paulo, além de lidar com a percepção pública que sua trajetória pode suscitar. O desafio é grande, mas sua determinação em transformar a cidade em um lugar mais justo e inclusivo está claramente no centro de sua campanha.