A tensão está dominando o Supremo Tribunal Federal (STF). Em tempos recentes, a ideia de "impeachment de ministros do STF" não era sequer mencionada pelos membros da Corte. No entanto, o que antes era impensável, agora se tornou uma realidade inquietante. Luís Roberto Barroso, o atual presidente do STF, foi o primeiro a se pronunciar sobre a possibilidade de impeachment de Alexandre de Moraes, um de seus colegas na Corte.
Como já era esperado, Barroso buscou acalmar a situação, enfatizando que essa discussão não contribui para um diálogo público saudável. Ele fez uma analogia com uma partida de futebol, onde, ao invés de seguir as regras do jogo, um dos times tenta eliminar jogadores do time adversário. Segundo Barroso, essa atitude não promove o verdadeiro espírito do jogo, mas sim uma tentativa de impedir que o outro time jogue.
"Você tem os onze jogadores. Evidentemente, a gente tem posições diferentes, cada um tem a sua estratégia.
Faz parte do jogo. Mas quando um dos times passa a trabalhar para que puxem jogadores do outro time, você deixou de jogar e não quer deixar que o outro time jogue, portanto", afirmou Barroso. O ministro deixou claro que o impeachment não deveria ser usado como uma ferramenta no debate público. Em 9 de setembro, deputados e senadores protocolaram um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes.
A ação foi desencadeada após uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelar que um auxiliar do ministro teria solicitado, informalmente, relatórios de investigação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para embasar decisões no inquérito das fake news, que investiga ataques a ministros da Corte.
Os acusadores afirmam que Moraes violou princípios constitucionais, citando abuso de poder, prevaricação, desrespeito ao devido processo legal e uso indevido de prisões preventivas como forma de coerção.
Entre as denúncias, também constam a negativa de prisão domiciliar para pessoas com problemas de saúde, a violação da presunção de inocência e a restrição de direitos políticos de parlamentares. Estas acusações são graves e aumentam a tensão dentro e fora do STF.
A situação, portanto, é complexa e repleta de nuances legais e políticas. A discussão sobre o impeachment de um ministro do STF é um tema delicado que exige ponderação e equilíbrio.
A abordagem de Barroso, que tenta evitar a radicalização e promover o diálogo, é um esforço para manter a estabilidade institucional e a confiança pública no sistema judiciário. Resta saber como essa crise se desenrolará e quais serão as suas consequências para o futuro da Corte e do país.
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