Esquerda passa vexame em capitais no 1º turno

O primeiro turno das eleições municipais de 2024 demonstrou claramente o fortalecimento de candidatos e partidos alinhados ao centro e à direita nas capitais brasileiras. Dos 26 municípios que foram às urnas, 11 já elegeram seus prefeitos no primeiro turno, todos representantes de partidos de centro-direita. Esse resultado indica uma mudança no cenário político, afastando-se da polarização tradicional entre PT e PL, que dominou o debate nos últimos anos. O PSD se destacou como o partido com maior número de vitórias, garantindo as prefeituras do Rio de Janeiro, Florianópolis e São Luís. Além disso, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, também teve um bom desempenho, elegendo dois prefeitos no primeiro turno e garantindo presença no segundo turno em nove cidades, o que consolida a força do bolsonarismo no âmbito municipal.

Por outro lado, o PSB conseguiu eleger João Campos em Recife, mas o PT teve um desempenho abaixo do esperado, não conquistando nenhuma capital no primeiro turno. O partido, no entanto, ainda terá a chance de disputar o segundo turno em quatro capitais, o que pode reverter parcialmente o revés sofrido até aqui. Os partidos de centro, como MDB e Republicanos, também tiveram um desempenho notável. O MDB, por exemplo, elegeu mais de 800 prefeitos, enquanto o Republicanos dobrou o número de prefeituras conquistadas, incluindo a importante reeleição de Lorenzo Pazolini em Vitória, com 56% dos votos.

Esse fortalecimento mostra que o centro político tem ganhado relevância na articulação municipal. O PSDB, que em eleições passadas dominava várias capitais, sofreu um declínio acentuado. Pela primeira vez desde sua fundação, o partido não conseguiu eleger prefeitos nas capitais nem garantiu lugar no segundo turno. Em contraste com seus desempenhos anteriores, quando conquistou sete prefeituras em 2016 e quatro em 2020, o partido enfrenta um enfraquecimento significativo.

Apesar da dificuldade em eleger prefeitos em grandes cidades, o PT conseguiu aumentar seu número de prefeituras, passando de 182 para mais de 240. Isso indica uma certa resiliência do partido em redutos tradicionais, embora sua influência nas capitais tenha diminuído consideravelmente. No segundo turno, o PT terá a chance de disputar em 50 municípios, o que será um teste importante para medir seu poder de articulação nas cidades maiores.