Eleitores contrariam Datena e irão em Nunes em vez de Boulos

A pesquisa Real Time Big Data divulgada hoje revela um panorama interessante sobre a migração de votos no segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo, destacando o impacto das alianças e declarações de apoio. Mesmo com o apoio público de José Luiz Datena a Guilherme Boulos (PSOL), a maior parte dos seus eleitores (58%) está optando por migrar para Ricardo Nunes (MDB), o atual prefeito, enquanto apenas 33% dos eleitores de Datena escolhem Boulos. Esse dado mostra que o apoio formal de figuras públicas nem sempre reflete uma adesão majoritária entre seus eleitores. Outro dado relevante da pesquisa é a migração dos votos de Pablo Marçal (PRTB). A esmagadora maioria dos eleitores de Marçal (69%) está se inclinando para Nunes, mostrando um alinhamento mais conservador no segundo turno. Apenas 6% do eleitorado de Marçal optou por Boulos, o que confirma que a base de apoio do candidato do PSOL está mais restrita a setores progressistas da sociedade.

Em contraste, os eleitores de Tabata Amaral (PSB), que já declarou apoio a Boulos, tendem a seguir sua indicação. Cerca de 62% de seus eleitores migram para o candidato do PSOL, enquanto Nunes herda 27%. Isso demonstra uma clara divisão entre os eleitores, refletindo a polarização entre as pautas progressistas e conservadoras em São Paulo. O apoio de Marina Helena (Novo) a Ricardo Nunes também parece ter surtido efeito, já que 84% dos seus eleitores decidiram migrar para o atual prefeito, deixando Boulos com apenas 3%.

A inclinação dos eleitores de Marina, candidata do Novo, reflete uma tendência de apoio às políticas de continuidade e uma rejeição às propostas mais radicais de esquerda. Os indecisos e aqueles que optam por votar em branco ou nulo também desempenham um papel importante. Na maioria dos casos, há uma faixa entre 9% e 25% dos eleitores dos principais candidatos que ainda não decidiram seu voto ou afirmam que não votarão em nenhum dos dois.

Isso significa que tanto Boulos quanto Nunes ainda podem conquistar votos significativos com base em suas campanhas no segundo turno. Esse cenário mostra que, apesar das alianças, as migrações de votos seguem linhas de identificação política mais profundas. O segundo turno será decisivo e ambas as campanhas precisarão focar em conquistar os eleitores indecisos para garantir a vitória.