Na Record, Boulos vira alvo preferencial, apanha muito e corre o sério risco de ficar fora do 2º turno
O Partido dos Trabalhadores (PT) está ainda mais preocupado com a situação de Guilherme Boulos em São Paulo, especialmente após o debate ocorrido no sábado (28) na Record. Durante o confronto, Boulos foi duramente criticado e se viu sem respostas convincentes para os ataques que recebeu. A performance pobre no debate refletiu-se em uma queda nas pesquisas eleitorais, sugerindo que ele pode cair ainda mais e, possivelmente, ficar fora do segundo turno das eleições.
Ao longo do debate, Guilherme Boulos enfrentou críticas severas por suas ações anteriores e mudanças de postura em questões importantes. Foi questionado por ter liberado André Janones do Conselho de Ética da Câmara e por ter alterado suas posições em temas sensíveis defendidos pelo PSOL, como o aborto, o apoio à Venezuela e a legalização do porte de drogas. Esses pontos foram usados por seus adversários para minar sua credibilidade e mostrar inconsistências em seu histórico político.
Ricardo Nunes, em seu primeiro embate direto com Boulos, não poupou críticas. "Você nunca fez nada, a não ser ir lá e liberar o Janones, que fez rachadinha. Sua única ação como político foi ter feito as ocupações e as invasões", disparou Nunes. A acusação foi um golpe duro, ressaltando a falta de realizações concretas de Boulos além de suas atividades ligadas às ocupações urbanas e movimentos de invasão.
Nem mesmo Tabata Amaral deixou de criticar Boulos. Ela apontou que ele abriu mão de muitos posicionamentos históricos que ele e seu partido defenderam veementemente.
"Você dizia que era a favor da descriminalização das drogas, agora é contra; dizia que era a favor da legalização do aborto, agora diz que defende a lei do jeito que está... agora mudou sua posição com relação à Venezuela, e reconhece que é uma ditadura", destacou Tabata. As críticas de Tabata reforçaram a percepção de que Boulos estaria traindo princípios que anteriormente defendia com fervor.
A possibilidade de Guilherme Boulos não chegar ao segundo turno das eleições para prefeito de São Paulo tem deixado o PT em estado de alerta.
Para o partido, um fracasso deste nível seria um revés significativo, não apenas na eleição local, mas também na projeção nacional. O ex-presidente Lula, que investiu considerável capital político na aliança com Boulos, veria seu prestígio abalado, complicando suas ambições para a eleição presidencial de 2026.
Para Boulos, uma derrota nas eleições de São Paulo representaria um duro golpe em sua trajetória como líder da renovação da esquerda pós-lulista.
Ele perderia terreno e força política, dificultando suas futuras aspirações e minando sua capacidade de promover mudanças dentro do espectro político da esquerda brasileira. As críticas recebidas durante o debate e a queda nas pesquisas são indicativos de que Boulos precisa reavaliar urgentemente suas estratégias se quiser continuar relevante no cenário político.