A família Mantovani, acusada de hostilizar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em Roma, rejeitou a proposta da Procuradoria Geral da República (PGR) de um Acordo de Não Persecução Penal. O acordo exigia que o trio confessasse crimes de calúnia e injúria real em troca de medidas alternativas à prisão, o que não foi aceito pelos acusados.
Ralph Tórtima, advogado da família Mantovani, argumenta que imagens de câmeras de segurança mostram que Alexandre Barci, filho do ministro, foi o primeiro a agredir Roberto Mantovani com um tapa na nuca, no dia 14 de julho de 2023. Segundo ele, essas imagens demonstram que a reação de Roberto foi instintiva e de defesa.
A reviravolta no caso foi revelada no último dia 26 de agosto, com a divulgação de um laudo técnico produzido pelo professor Ricardo Molina de Figueiredo.
Molina examinou as gravações na sede do STF, acompanhado do advogado Ralph Tórtima, dois juízes auxiliares de Moraes e cinco servidores públicos. O laudo trouxe novas perspectivas sobre os eventos ocorridos.
– Na forma como as imagens 59-61 foram apresentadas no relatório nº 004/23, tem-se uma ideia falsa do que realmente ocorreu – afirmou Molina no documento. Ele destacou que uma cena crucial anterior às mostradas nas imagens foi suprimida, alterando a percepção dos eventos.
– Assistindo ao vídeo diretamente, constatou-se que uma cena anterior às mostradas nas imagens 59-61 foi suprimida. Tal cena, de extrema importância, mostra uma agressão praticada por Alexandre Barci contra Roberto Mantovani, consistindo em um tapa na nuca. Houve, portanto, uma agressão anterior ao gesto de Roberto Mantovani, o qual, nas imagens de vídeo, levanta o braço em um movimento instintivo de defesa, resvalando nos óculos de Alexandre Barci – concluiu Molina.
Após o gesto instintivo de Roberto, Alexandre de Moraes teria xingado Alex Zanatta, genro de Mantovani, de “bandido”. Essas imagens, no entanto, estão sob sigilo absoluto. A defesa da família Mantovani argumenta que, dada a inviabilidade de confessar algo que eles negam ter ocorrido, não é possível sugerir uma contraproposta ao acordo oferecido pela PGR. A petição dos acusados solicita o regular andamento do processo, mantendo sua posição de inocência.
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...