Datena causa revolta ao justificar agressão a Pablo Marçal em propaganda

O candidato à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena (PSDB), levou um incidente de agressão em que se envolveu durante o debate na TV Cultura, no último domingo, 15, para sua propaganda eleitoral. Durante o debate, o apresentador de televisão arremessou uma cadeira em Pablo Marçal (PRTB), seu adversário na disputa. O episódio ganhou ampla repercussão e foi explorado em sua campanha. Na terça-feira, 17, Datena utilizou uma peça de rádio para justificar sua atitude violenta. No comercial, um locutor questiona o que o ouvinte faria se alguém dissesse aquilo “na frente de milhões de telespectadores e da sua família”. A intenção era criar uma empatia com o público, mostrando que qualquer um poderia ter reagido da mesma forma em uma situação de extremo desafio e provocação. O áudio reproduz a declaração de Marçal que antecedeu a agressão.

“‘Dapena’, a gente quer saber que você é um ‘arregão’. Você atravessou o debate outro dia para me dar um tapa e falou que queria ter feito. Você não é homem nem para isso.” A última frase — “você não é homem para isso” — é repetida duas vezes na edição, ressaltando a provocação de Marçal e justificando a reação de Datena. O locutor então conclui: “Pois é, o Datena fez o que você pensou.

” A mensagem sugere que a reação de Datena foi algo esperado e até admirável, tentando ressignificar a violência como uma demonstração de coragem e firmeza. A peça buscava inverter a narrativa negativa gerada pelo incidente, transformando-a em um ponto favorável para o candidato. Antes de chamar Datena de “arregão”, Marçal mencionou uma acusação de assédio contra o jornalista e candidato do PSDB.

Em 2019, uma colega de trabalho de Datena na Band o denunciou ao Ministério Público. Marçal relembrou o caso e chamou o comunicador de “jack”, uma gíria usada em presídios para identificar acusados de estupro. A acusação serviu como estopim para o confronto físico durante o debate. Datena negou veementemente o assédio sexual e afirmou que o caso foi arquivado. Ele também mencionou que a acusação afetou profundamente sua família, contribuindo para a morte de sua sogra, que sofreu três AVCs (Acidente Vascular Cerebral). A defesa emocional de Datena visava humanizá-lo e mostrar o impacto pessoal das acusações, tentando recuperar o apoio do público.