A frase enigmática de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, vem gerando grande repercussão às vésperas de uma manifestação que promete mobilizar o país. Em uma entrevista concedida no dia 6 de setembro de 2024, Bolsonaro abordou o tema do impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal, algo que vem sendo amplamente discutido após uma série de polêmicas envolvendo o ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente, no entanto, foi cauteloso ao se posicionar sobre o assunto, afirmando que a ideia de destituir um magistrado do STF é "humilhante" e que não considera a cassação de um ministro algo positivo.
Sem mencionar diretamente o nome de Alexandre de Moraes, Bolsonaro fez um apelo para que ele “abaixasse um pouco a guarda” e deixasse de lado o que chamou de "coração de maldade". Em suas palavras, o ex-presidente deixou claro que considera prejudicial para o país a tensão entre os Poderes, sugerindo que os ministros do STF deveriam buscar uma solução interna para os conflitos que se intensificaram nos últimos meses.
Bolsonaro ressaltou que não é agradável falar sobre impeachment e cassação de ministros, mas sugeriu que há uma necessidade urgente de pacificação entre as instituições. "Peço a Deus que toque o coração dos 11 ministros e que eles busquem uma alternativa entre si", afirmou.
As declarações de Bolsonaro ocorrem em meio a um crescente movimento que defende o impeachment de Alexandre de Moraes, principalmente após o vazamento de conversas que indicariam o uso inadequado da estrutura da Justiça Eleitoral por parte de assessores do ministro. Esse episódio fortaleceu as críticas à atuação de Moraes, que já vinha sendo alvo de descontentamento em diversos setores da sociedade, especialmente entre apoiadores de Bolsonaro.
A pressão aumentou ainda mais nos últimos dias, após o ministro ter emitido uma ordem de bloqueio da rede social X, antigo Twitter, no Brasil. A decisão gerou revolta não só entre os seguidores do ex-presidente, mas também entre defensores da liberdade de expressão, que enxergam a medida como um ato autoritário e desproporcional.
Diante desse cenário, a fala de Bolsonaro traz uma mensagem dupla: por um lado, ele não apoia abertamente a ideia de um impeachment de Moraes, algo que muitos de seus apoiadores mais fervorosos defendem. Por outro, ele faz um apelo por uma mudança de postura por parte do ministro, sugerindo que Moraes deve agir com mais cautela e menos dureza nas suas decisões. Bolsonaro, conhecido por suas falas diretas e frequentemente polêmicas, adotou um tom mais conciliador dessa vez, o que pode ser interpretado como uma tentativa de apaziguar os ânimos antes da manifestação que se aproxima.
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