Sem mencionar diretamente o nome de Pablo Marçal, o ex-presidente Jair Bolsonaro abordou a questão de censura nas redes sociais com uma postura clara de oposição. Bolsonaro fez uma publicação no Twitter onde deixou sua posição evidente:
“Independente de quem tenha a rede censurada, eu não compactuo com essa prática, porque cada vez mais vai se tornando uma rotina. Daqui a pouco estamos todo mundo aí censurado. Só quero deixar bem claro, independente de quem seja, não concordo com censura, tá ok? Já falamos mais cedo em entrevista e sempre foi nossa atuação desde o início. Todos precisam ser cobrados sempre. Um forte abraço.”
A manifestação de Bolsonaro veio após um evento significativo ocorrido na manhã deste sábado, 24 de agosto de 2024. O juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, tomou uma decisão considerável em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) movida pelo PSB. A medida envolve a suspensão temporária dos perfis de redes sociais do candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB).
A denúncia feita pelo PSB, partido da adversária de Marçal, Tabata Amaral, alegou irregularidades no uso dos perfis do candidato. Segundo o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, a decisão não visa proibir a criação de perfis para propaganda eleitoral, mas suspender aqueles que estariam monetizando conteúdos de forma irregular.
Os perfis no Instagram, YouTube, TikTok e o site da campanha de Marçal foram afetados. A suspensão entrou em vigor imediatamente após a notificação oficial às plataformas, que devem cumprir a determinação sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
Após a decisão, Pablo Marçal reagiu prontamente. Durante uma live no Instagram, transmitida para cerca de 45 mil seguidores, ele criticou a determinação judicial, classificando-a como “sem fundamento” e baseada em “coisas aleatórias e desconectadas da realidade”. Marçal expressou sua indignação e sugeriu que há dois processos judiciais em andamento que visam minar sua campanha.
Pablo Marçal e Jair Bolsonaro, embora não sejam aliados explícitos, compartilham uma postura crítica em relação às regulamentações das redes sociais.
Ambos defendem a liberdade de expressão e condenam práticas que consideram censura. Essa convergência de opiniões parece aproximar Marçal, um político em ascensão, da base bolsonarista.
É importante ressaltar que, enquanto Bolsonaro não mencionou diretamente Marçal em seu discurso recente sobre censura, seu posicionamento geral se alinha com as críticas de Marçal sobre a decisão judicial que suspendeu seus perfis. Essa sintonia reforça a ideia de que ambos estão no mesmo lado da trincheira quando o assunto é liberdade nas redes sociais.
A decisão judicial gerou diversas reações na esfera política e entre os eleitores. Enquanto partidários de Marçal veem a ação como um golpe às vésperas das eleições, seus adversários defendem a medida como necessária para garantir a integridade do processo eleitoral. A discussão sobre a censura nas redes sociais e seu impacto na política nacional promete ser um tema quente nos próximos meses.
Independente de quem tenha a rede censurada, eu não compactuo com essa prática, porque cada vez mais vai se tornando uma rotina. Daqui a pouco estamos todo mundo aí censurado. Só quero deixar bem claro, independente de quem seja, não concordo com censura, tá ok? Já falamos mais…
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) August 24, 2024