Lira pode ter caído em armadilha da taxação das “blusinhas”

Insatisfeito com a decisão do Senado de remover a taxação das compras internacionais de até 50 dólares do projeto de lei que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ligou para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que está em viagem oficial ao Vaticano, para expressar sua insatisfação, conforme reportou O Estado de S.Paulo.

Lira destacou ao ministro que havia aceitado uma taxa menor do que a inicialmente prevista, com o compromisso de aprovação no Senado e sanção pelo presidente Lula (PT). No entanto, ele foi pego de surpresa quando o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), relator do projeto no Senado, anunciou a retirada da tributação das compras internacionais do projeto. Defendendo o cumprimento do acordo, Lira afirmou que, se o Senado modificar o texto, ele precisará voltar para a Câmara. Ele destacou a dificuldade de votar uma matéria que tem uma narrativa de tributar roupas, enfatizando que a questão está relacionada à geração de empregos, justiça competitiva e apoio à indústria nacional. Lira cobrou que o governo trabalhe para persuadir o relator do Senado a reintegrar o trecho retirado da proposta, sob o risco de a Câmara encerrar o programa Mover. Ele afirmou que o programa tem sérias chances de não ser mais votado na Câmara, baseado em algumas conversas que teve. Lira pediu paciência e transparência nas discussões e votações. "Acho que o Mover tem sérias chances de cair por terra e de não ser mais votado na Câmara. Isso eu penso com base em algumas conversas que eu tive. Estamos pacientemente esperando e aguardando que as coisas sejam discutidas, votadas, de maneira elevada, transparente e clara", disse Lira.

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