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“Cidades inteiras do RS terão que mudar de lugar”

Em 2022, o ecólogo e doutor em Ciências Marcelo Dutra da Silva já havia advertido sobre o despreparo do Rio Grande do Sul para catástrofes climáticas vindouras. Hoje, diante da triste confirmação de suas análises, o especialista faz um novo alerta: a necessidade de mudar muitas cidades gaúchas de lugar.
Marcelo ressalta que, embora não seja possível impedir que eventos climáticos como esse se repitam, as pessoas têm o poder de se preparar para eles. O ecólogo defende uma mudança radical na resposta do poder público a esse tipo de acontecimento. – Não podemos impedir que o evento climático ocorra, nem os próximos, porque eles vão acontecer. Mas dá para sermos mais resilientes a isso? Dá. (…) Não adianta querer reconstruir tudo o que foi destruído nesse evento de agora tentando fazer como era antes. Isso já não dá mais – frisou, em entrevista à BBC News. O especialista aponta que o forte crescimento urbano fez com que grande parte da população construísse suas vidas em áreas de risco, e o resultado são inúmeras mortes, desaparecimentos e destruição de imóveis. O cientista expõe que será necessário que a reconstrução do estado leve em conta um planejamento de quais são as áreas seguras e quais representam perigo. – Cidades inteiras vão ter que mudar de lugar. É preciso afastar as infraestruturas urbanas desses ambientes de maior risco, que são as áreas mais baixas, planas e úmidas, as áreas de encostas, as margens de rios e as cidades que estão dentro de vales. Precisamos devolver para a natureza esses espaços que estão mais sensíveis ao alagamento – frisou. Marcelo explica que as áreas de risco são de grande serventia na natureza, servindo como “esponja” na época de chuvas fortes, e impedindo que a água inunde regiões altas, onde a população deveria habitar. – Essas áreas são importantes, porque tem o que chamamos de efeito esponja: esse serviço dado pela natureza é justamente para que quando há uma grande carga d’água ela vá para lá, e as zonas mais altas fiquem seguras. Estamos fazendo o contrário do que deveríamos: estamos indo para dentro de onde não deveríamos ir, nos expondo ao risco, criando situações que colocam vidas em perigo, e prejuízos recorrentes – alertou. O ecólogo garante que eventos climáticos como esse continuarão ocorrendo, e a parte da população exposta a esse perigo seguirá perdendo vidas e bens materiais se nada for feito. – Temos exemplos de cidades que foram atingidas em 22, 23 [2022, 2023], e as pessoas perderam as coisas pela quarta vez, como Muçum, Lajeado. Algumas pessoas já estão tão desalentadas que já dizem em entrevistas que nem comprarão mais móveis, mais carro, porque sabem que vão perder de novo. Esse novo plano de reconstrução precisa vir com um plano de adaptação às mudanças climáticas – acrescentou. O cientista também defende que o estado deverá investir em estruturas mais resistentes a fenômenos climáticos. – Vamos ter que reconstruir, sim, só que agora pensando em pontes que são muito mais elevadas e robustas, estradas que são muito mais preparadas e resilientes a processos tão extremos de presença de água – assinala. Marcelo ainda recomenda que a reconstrução seja feita de forma que a água possa escoar com mais facilidade em direção ao oceano. – Tem gente que acha que isso aconteceu, mas [o] amanhã passou e vida que segue. Não é um momento; é um período que talvez será assim por muito tempo, e precisamos nos preparar – concluiu seu apelo. AJUDE O RIO GRANDE DO SUL Com mais de 70% de seu território afetado pela calamidade climática, o estado sulista sofre com severos estragos, e sua ajuda é fundamental para que as vítimas possam recomeçar suas vidas. Uma das formas de fazer doações é o financiamento coletivo criado pelo influenciador Badin, o Colono. Acesse enchentes@vakinha.com.br e deixe sua contribuição!

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