O site foi proibido de acessar as as instalações do clube no Ninho do Urubu, em Vargem Grande, na zona oeste do Rio. A decisão ocorre após o UOL publicar uma matéria sobre o incêndio ocorrido no local, em 2019, onde dez menores de idade morreram queimados.
Na reportagem, o engenheiro eletricista José Augusto Bezerra informou ter visto o CEO, Reinaldo Belotti, ordenar a retirada de partes de uma instalação elétrica problemática. A ação teria alterado a cena do incêndio, enquanto ocorria a perícia. O Flamengo negou a informação revelada na publicação foi realizada em 6 de março.
“Jamais o Senhor Reinaldo Belotti pediu a quem quer que fosse para adulterar a cena do local do incêndio, o que seria inútil haja vista a consumação imediata da perícia, logo após ao incêndio, bem antes dessa empresa e seu sócio surgirem no cenário”
contou o Flamengo, na ocasião.
SINDICATO CRITICA O FLA
O Sindicato dos jornalistas emitiu nota pública contra a decisão do Flamengo em bloquear o trabalho dos jornalistas do UOL:
“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiam a atitude da direção do Flamengo que, na manhã dessa quinta-feira, 23/3, impediu a entrada da equipe de reportagem do UOL no CT Ninho do Urubu. O clube, que autorizou a presença da imprensa na parte inicial dos treinos, vetou a entrada da equipe do UOL”, iniciou a nota.
“De acordo com os jornalistas, a proibição seria uma represália à recente publicação de matéria sobre o incêndio ocorrido no Ninho do Urubu em fevereiro de 2019 e que resultou na morte de 10 meninos da base do Flamengo que dormiam no local”, seguiu o órgão.
Contudo, a comunicação do Flamengo respondeu o motivo do bloqueio da entrada no UOL em suas dependências e tentou se explicar:
“Ouvido pelo SJPMRJ, Bernardo Monteiro, diretor de Comunicação do clube, disse que o UOL foi informado na terça-feira, 22/3, que hoje os jornalistas seriam impedidos de acessar as dependências do CT para cobertura dos treinos porque não houve retratação da acusação de que a cena do incêndio foi alterada”, informaram.
Em outras palavras, o Sindicato de Jornalistas não aceitou a justificativa: “Para o SJPMRJ e a Fenaj, a atitude dos dirigentes do clube não só desrespeita a liberdade de imprensa como ataca o jornalista em seu exercício profissional e seu compromisso com a informação bem apurada”, encerrou o Sindicato.