Em 2004, o noticioso que já era comandado por William Bonner registrava 39,8 pontos de ibope na Grande São Paulo; já em 2023 (até 16 de março) esse número despencou para 23,5, uma queda de 41%. Em outras cinco capitais, o jornalístico também perdeu força nos últimos cinco anos.
Considerando a porcentagem entre os televisores ligados (share), o JN ainda é sintonizado por 38,1% dos aparelhos na principal região metropolitana do país --depois de quatro anos seguidos acima dos 40%, o índice voltou a cair em 2021, passado o auge da pandemia de Covid-19.
No século 20, o melhor ano do Jornal Nacional foi justamente em 2004, quando era apresentado pelo então casal Bonner e Fátima Bernardes. Naquela ocasião, o programa teve 39,8 pontos e atraia 61,9% das TVs ligadas em média --esse share é semelhante ao que alcançam jogos de Copa do Mundo.
Apesar da queda, este não é o pior momento da história do telejornal comandado por Bonner. .Em 2015, quando bateu de frente com o fenômeno Os Dez Mandamentos na Record, a atração fechou o ano com 23,8 pontos de média e 36,4% de share, marca mais baixa de todos os tempos.
Ao comparar os dados do início dos anos 2000 com os de agora, é necessário levar em consideração que a TV aberta perdeu parte de sua audiência em proporção de televisores ligados por causa da concorrência com a TV por
assinatura nos anos 2010 e, mais recentemente, para os serviços de streaming e conteúdos online em smart TVs, como Netflix e YouTube.
Queda nos últimos cinco anos.
O pós-pandemia tem sido ruim para o noticioso também no comparativo com anos mais recentes, pouco antes da Covid-19. No PNT (Painel Nacional de Televisão), que mede as audiências nas 15 principais regiões metropolitanas do país, a atração caiu de 29,2 pontos em 2018 para 23,1 de média neste ano.Além de São Paulo e do mercado nacional, em regiões como Porto Alegre, Goiânia, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, o público tem diminuído em todos os anos desde 2018.
A maior queda foi no Distrito Federal: de 32,6 pontos de ibope e 49,0% de share para 22,7 de média e 38,8% no início deste ano --na capital federal, no entanto, há uma leve recuperação desde 2021, quando o JN estava com apenas 20,1 pontos de média e porcentagem de 32,8% dos televisores.
Além de depender do que acontece no país e no mundo para despertar interesse da audiência, o ibope do Jornal Nacional tem ligação com as novelas que passam no horário nobre da Globo.
Antes da pandemia, entre 2017 e 2019, o noticioso se manteve próximo dos 30 pontos de média anual --no período, foram exibidas tramas como Força do Querer (2017), O Outro Lado do Paraíso (2017) e A Dona do Pedaço (2019), sucessos da faixa das nove.
Veja abaixo a média de audiência e o share (porcentagem de TVs ligadas) do Jornal Nacional nos últimos 20 anos --os dados são da Grande São Paulo: AUDIÊNCIA DO JN - 2004-2023...