O comentarista Adrilles Jorge, demitido da Jovem Pan na última semana depois de ser acusado de ter feito, no ar, um gesto considerado nazista, comentou a nota emitida pela emissora após sua saída e disse que ficou “enojado” com o comunicado. A declaração foi dada por ele durante uma entrevista concedida ao jornalista Paulo Figueiredo Filho.
– Essa nota, quem principiou fazer essa nota para salvar a imagem da empresa, entre aspas, para atacar, defenestrar e massacrar um ex-funcionário que todo mundo sabe que nunca foi, e chega a ser ridículo eu ter que dizer isso, nazista, isso me deixou enojado, quem fez essa nota, esse sim, fez um trabalho de nazismo – disparou.
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A nota citada por Adrilles foi emitida pela Jovem Pan na quarta-feira (9), dia seguinte ao fato envolvendo o comentarista, e chegou a ser lida em diversos programas da emissora. Nela, a empresa afirmou que repudiava “qualquer manifestação em defesa do nazismo e suas ideias”.
– No exercício diário de informar e esclarecer nossa audiência, prezamos pelo livre debate de ideias, mas não endossamos qualquer tipo de manifestação que leve ao discurso de ódio e reforce ideias que remetam a um episódio da nossa história que deve ser lembrado como símbolo de um erro da humanidade – dizia o texto.
Para Adrilles, apesar da nota não citar seu nome diretamente, o comunicado remeteu à sua demissão e, por conta disso, poderia induzir pessoas a pensarem que ele realmente seria nazista, mesmo, segundo o comunicador, após ele ter feito um posicionamento completamente contrário ao nazismo durante sua participação no Opinião do dia 8.
– Você acha que um cara que tá vendo a programação e que sabe que eu fui cancelado por causa de um suposto gesto nazista, que na verdade era um tchau, vai pensar o quê? Que o nazista era eu, que o cara que ultrapassou o limite da liberdade de expressão e teria falado abertamente a favor do nazismo sou eu – protestou.
Ao final, Adrilles lembrou do vídeo que foi compartilhado nas redes sociais, que mostra diversas outras ocasiões em que ele se despede de forma similar ao modo que usou no dia 8, e destacou que isso poderia ter sido usado pela emissora como forma de justificar que a saudação feita por ele não tinha qualquer cunho nazista.
– Bastava o vídeo [para justificar a saudação] o vídeo apareceu uma hora depois da minha demissão, era muito simples, [alguém poderia dizer]: “Ah, os patrocinadores estão furiosos”, [então] mostra o vídeo, vocês vão banir o cara por nazismo, o cara que dá tchau assim, o cara que falou meia hora contra o nazismo, que coisa maluca é essa – completou.
*Pleno News